Um novo dia

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Sento no fundo, ao lado da janela, naquele ônibus que estou familiarizada já tem uns três anos. Puxo meus fones de ouvido e coloco a música mais relaxante dentre as mínimas opções que me rodeiam. Com a cabeça encostada na janela e os olhos fechados tento excluir todo tipo de pensamento negativo que têm me acompanhado nos últimos dias. Essas coisas não combinam comigo, não é assim que eu sou. Sinto que me perdi nessa rotina inicialmente atrativa, mas agora monótona. E sem nenhuma busca pelo novo eu me decepciono.

Me aprisiono a quem amo, tento deixar isso claro à pessoa a todo custo e me torno insegura por não agirem dessa forma também. Dou toda minha segurança a terceiros e esqueço de deixar um pouquinho pra mim. Isso me destrói aos poucos e dói mais ainda não conseguir fazer nada para mudar. Vejo a vida passando diante de meus olhos e agonizo por permitir tal coisa. Então logo fico ansiosa para fazer algo que me deixe mais próxima de meu objetivo, um objetivo que é só meu e não envolve mais ninguém. Mas não há nada que possa ser feito às onze horas da noite que sacie meu desejo. Me sinto inútil. Sou inútil. Uma procrastinadora nata, perco o dia inteiro pensando em você e só na hora de deitar começo a pensar em mim.

Sinto falta da infância. De quando minha única preocupação era decidir com que brinquedo eu iria brincar,  que jogo iria jogar, ou qual brincadeira faria com meus amiguinhos. Mas os tempos são outros. Minha preocupação deveria ser o que posso fazer agora para poder me tornar a atleta que sempre quis. Ou o quanto deveria estudar para superar minhas dificuldades em aula. Mas o que me preocupa mesmo é o que aquela blogueira famosa postou, ou então se estou passando para as pessoas a imagem que eu quero que elas tenham de mim, ao invés de simplesmente ser eu, como quando era mais nova.

O ônibus faz aquela curva enorme e bato minha cintura no braço do banco, como sempre. Meu ponto é o próximo, levanto e dou sinal. Pronto, estou chegando na escola, tá na hora de colocar minha máscara de menina feliz e enganar a todos, inclusive a mim mesma. Uma música mais animada sai pelo meu fone e eu arrumo minha postura de desleixada para vencedora. Mais um dia para ser enfrentado...

Comentários

  1. Infelizmente, ou felizmente, nós usamos máscaras sociais. Somos pessoas diferentes em lugares discursivos diferentes. Viver é assim, só não podemos nos enganar! Temos que tentar nos melhorar a cada dia e aprender a ser felizes sozinhos! A felicidade não se encontra! Ela surge dentro de nós.

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    Respostas
    1. com certeza! Somos nós que escolhemos como devemos lidar com as situações a nossa volta, tudo vem de dentro!

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