O dia do fim (conto - parte 1)
Ela se senta na mesa da praça de alimentação, deixa sua bolsa e nossas blusas ocupando as cadeiras da frente e puxa a que está ao seu lado pra eu me sentar. Ela com certeza fez isso para me ter perto. Mas eu não posso sentar ali, não posso dar esperanças a ela justamente por causa do que vim fazer aqui hoje, preciso continuar distante. Saber que esse é o nosso último momento namorando aperta meu coração, mas não temos conserto, já está tudo ferrado. Coloco a bandeja com os lanches na mesa, tiro as blusas de uma das cadeiras e junto com a bolsa dela. Me sento na sua frente e não ao seu lado. Por um momento enxergo sua expressão desabar, mas no mesmo segundo ela melhora a postura e recoloca um sorriso no rosto. Está tentando mostrar que isso não afeta ela, e ver que afeta, me dá um desconforto no estômago, não quero que ela sofra com a minha partida. Não é difícil saber quando ela está de fato feliz, quando sorri, os olhos sorriem juntos, é a coisa que mais gosto nela. Mas ago...